quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Medidas são tomadas para proteger o Rio São Francisco.


Minas Gerais - Nos últimos anos, uma série de medidas tem sido tomadas para proteger o rio São Francisco. Em Minas Gerais, cerca de 200 municípios participam do projeto de revitalização.
Áreas são desmatadas para servir de pasto e para a agricultura. A poucos metros fica o rio São Francisco, de onde vem a água para a irrigação e para onde volta a enxurrada que faz caminho na estrada de terra e contribui para o assoreamento do rio.
O córrego Trinchete, em Pirapora, no norte de Minas Gerais, cheio de pedras e folhas, está assoreado. Se o córrego voltar a correr, ajudará o córrego do Onça, que deságua no rio São Francisco.
A recuperação de rios faz parte do Programa de Revitalização do Rio São Francisco. O projeto ainda não chegou a Pirapora e os produtores do assentamento, que não quiseram esperar, estão recuperando a mata ciliar de córregos como o do Onça. O volume de água ainda está baixo, mas há uma pequena correnteza, algo que não se via em época de seca.
As ações de revitalização do rio São Francisco contemplam 218 municípios em Minas Gerais. Em Jequitaí, os trabalhos já estão sendo realizados desde junho desse ano, com uma parceria dos governos federal e estadual.
Pequenas barragens retêm o fluxo de água da chuva, que vai alimentar o lençol freático e as nascentes e cursos d'água. Os terraços, que são cortes feitos na terra, evitarão a erosão, escoamento superficial da encosta. Outra ação importante é cercar as matas ciliares. Todas as ações irão refletir na nascente do Ribeirão da Água Suja. Além de não deixá-la secar, o objetivo é aumentar o volume de água.
Na Bahia, os principais desafios para ajudar na recuperação do rio São Francisco são os problemas ambientais de desmatamento das nascentes, erosão e uso indiscriminado de agrotóxicos. Mas também tem problemas de gestão dos recursos hídricos.
“Para a região, o trabalho de revitalização mais importante, sem nenhuma dúvida, é o tratamento dos esgotos. Além disso, temos uma ocupação desordenada dessas margens, o que representa uma poluição que precisa ser tratada. Estamos trabalhando na busca da solução para esses problemas com as nossas administrações”, diz Geraldo dos Santos, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

(Fonte: G1)

sábado, 17 de setembro de 2011

Fórum BHSF realizará sua XLVII Reunião Ordinária na CPRH.

Scalambrini e os Impactos da Energia Nuclear

Na próxima quarta-feira (21.09), a partir das 08:30h, o Fórum Interinstitucional de Defesa da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco em Pernambuco, promoverá a sua XLVII Reunião Ordinária, no auditório da Agência Estadual de Meio Ambiente - CPRH.
Na pauta, a apresentação do Professor da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE , Heitor Scalambrini (foto acima)  que vai falar sobre "Os impactos da energia nuclear no Nordeste".
Na reunião também serão discutidas as alterações no Regimento Interno do Fórum, o local da próxima reunião no mês de outubro, entre outros.
Confira a pauta abaixo.

sábado, 3 de setembro de 2011

São Francisco: uma viagem por um rio cercado pela diversidade cultural.


Cada trecho das margens guarda riquezas da cultura e da história do Brasil. Segundo maior do Brasil, o rio é conhecido como da integração nacional.

Riqueza do patrimônio é atrativo dos lugares por onde passa o Velho Chico

O vapor com quase cem anos segue em atividade nas águas do São Francisco. Não há outro passeio no mundo como o feito no vapor Benjamim Guimarães.

O RIO SÃO FRANCISCO
Em 1501, quando o navegante Américo Vespúcio encontrou a foz desse grande rio, seguiu a tradição e lhe deu nome de santo, São Francisco de Assis. Mas o rio já tinha nome, em tupi-guarani: Opará.
“Gigante pela própria natureza”, frase que define o país, o povo brasileiro, e também o rio São Francisco. É um caminho de águas cercado pela diversidade de uma cultura popular que, como o Velho Chico, está sempre em movimento.
“Ele é desses cordões, desses caminhos através dos quais é possível a gente tentar compreender o Brasil, a diversidade de gente, de paisagens, de hábitos e acúmulos culturais”, diz Dalmo Vieira Filho, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
O São Francisco nasce em Minas Gerais, percorre quase três mil quilômetros e atravessa cinco estados antes de encontrar o mar, entre Alagoas e Sergipe. É o segundo maior do Brasil e conhecido como o rio da integração nacional.
“O patrimônio é o que faz a diferença do povo brasileiro para os outros povos. Esse é o patrimônio cultural nosso e o que a gente vai preservar”, explica Célia Corsino, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
Nas margens do rio ficam cidades históricas. Piranhas é patrimônio nacional. As casas coloridas, em conjunto com o verde das águas do São Francisco, criam um dos cenários mais bonitos do Brasil. O rio está na alma e na memória dos ribeirinhos.
Na região do baixo São Francisco, as canoas de tolda guardam o sabor do tempo. “A função da Luzitania é continuar andando para tentar trazer a sobrinha de lembrança e de beleza”, esclarece Carlos Eduardo Ribeiro Júnior, coordenador da Sociedade Canoa de Tolda.
Há apenas duas canoas de tolda que navegam pelo rio São Francisco: Piranhas e Luzitânia. Ao fazer o transporte dos produtos, as canoas de tolda movimentavam a economia da região.
A canoa Luzitânia foi comprada e restaurada pela Sociedade Canoa de Tolda, uma associação que fica em Brejo Grande, Sergipe. Canoeiros tradicionais ajudaram no trabalho.
O IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, reconheceu o valor da Luzitânia. Em dezembro do ano passado, a canoa foi tombada como patrimônio nacional.
O rio São Francisco, por onde passa, deixa marcas. Cada trecho das suas margens guarda riquezas da cultura e da história do Brasil. Pelo caminho, o Velho Chico torna-se celeiro de energia elétrica, produzida nas usinas implantadas no seu leito.
Nas margens, algumas cidades preservam uma arquitetura bem peculiar e outras vivem da fé, como Bom Jesus da Lapa, na Bahia, com sua gruta, ponto de encontro de fiéis católicos. As manifestações culturais envolvem os ritmos. O samba de velho é uma dança levada de um passado distante para o futuro por descendentes de negros e índios da ilha do Massangano, em Petrolina, Pernambuco.
Arquitetos, antropólogos e pesquisadores de diversas áreas do IPHAN estiveram em 90 localidades espalhadas por 1,6 mil quilômetros do rio e elaboraram um retrato da diversidade do São Francisco.
A artesã Maria da Cruz Santos cresceu em Petrolina. Ela é filha de Ana das Carrancas, a artesã, morta há três anos, que fez do barro a própria vida, inspirada em histórias que ouviu quando pequena, fazia louça na beira do São Francisco.
As carrancas foram se multiplicando no vale do São Francisco e novas surgem a cada dia. Na oficina do artesão Francisco dos Santos, o mestre Quinca, homens talentosos fazem na madeira as caras estranhas desses seres que são como uma marca do rio.
(Fonte: Ação)

Imagens do Rio São Francisco